
Uso de Telas e Saúde Mental/Física

Das coisas que mais de chamaram atenção no retiro, foi a dificuldade de algumas pessoas em entregar seus telefones para a organização do evento, e se desligarem por completo do mundo digital. Por ser um retiro de silêncio, a recomendação era simples e clara: passar a maior parte do tempo apenas consigo mesmo (mente, corpo, coração), sem a interferência de nenhum tipo de estímulo (inclusive livros físicos).
Ultimamente venho lendo muitos artigos e matérias sobre as consequência que a era digital tem trazido para as nossas vidas, pois em algum momento eu senti que já não estava “funcionando” como antes. Por várias vezes me pegava no telefone meio que de forma “induzida” ou “arrastada” por algo mais forte que eu, e isso começou a me incomodar bastante. Eu já falei sobre esse tema aqui na comunidade, no blog e nas redes sociais, mas senti de voltar a tocar nesse assunto por considerar que seja útil e importante para a vida de todos, antes que nos transformemos cada vez mais em verdadeiros zumbis, e tenhamos a nossa saúde física e mental em máximo risco.
Diversos estudos mostram que muita tela o tempo (especialmente telefones, tablets e até relógios) pode afetar a mente e o corpo de inúmeras maneiras. Todos os seres humanos são duramente impactados, mas o risco se torna maior nas crianças e adolescentes, por estarem com o cérebro ainda em desenvolvimento. Não há dúvida de que é divertido assistir vídeos ou enviar mensagens aos amigos, mas é crucial limitar o tempo de tela. Aqui está o porquê – e como…e começo por sugerir que leiam atentamente a lista abaixo:
- Dificuldade de concentração.
- Mudanças repentinas e frequentes de humor.
- Instabilidade Emocional.
- Procrastinação.
- Dificuldade de Aprendizagem.
- Aumento de depressão.
- Negligencia de responsabilidades.
- Surto de miopia em crianças.
- Degeneração macular precoce.
- Problemas de memorização.
- Problemas de postura e nas articulações.
- Dificuldade em resolução de problemas.
- Hiper-estímulo de dopamina.
- Sono difícil e insuficiente.
- Fadiga cerebral.
- Dificuldade em tomar decisões.
- Sedentarismo.
- Baixa produção de melatonina.
- Falta de empatia.
- Isolamento social.
- Aumento de estado de ansiedade.
Essas são apenas algumas das centenas de sintomas relacionados ao uso cada vez mais crescente de telas. Você já conseguiu perceber algum deles em você?
Uma das consequência que mais atiçam a minha curiosidade é com relação a dopamina, pois as telas meio que “viciam” nosso sistema dopaminérgico (hormônios que transmitem a sensação de prazer), fazendo com que busquemos estímulos prazerosos o tempo inteiro, e isso vai resultar, de uma forma em geral, em um desequilíbrio emocional enorme lá na frente (sem falar nos efeitos no corpo físico também).
Por aqui eu vou tentando definir algumas regras e limites para usar as telas com mais leveza e sabedoria, com o intuito de preservar a minha saúde e evitar possíveis complicações. Umas das ideias que me vieram a mente foi estabelecer um local fixo dentro de casa para deixar o telefone, evitando que ele esteja ao meu lado sempre. É como voltar aos tempos dos telefones analógicos. Dessa forma não fico tentada a ficar olhando o tempo todo para a tela, e também não cair nas armadilhas digitais que nos fazem passar cada vez mais tempo grudados no telefone. Tá sendo fácil? Tá não. O meu cérebro fica pedindo que eu volte a esse estímulo instantâneo o tempo todo, porque não gosta de estar “entediado”. Mas o tédio aqui é bem-vindo e faz parte do processo, pois ele vai equilibrando nossos sistema dopaminérgico, e com isso nossas faculdades mentais e emocionais vão sendo preservadas.
“- Ah Fabiana, mas o telefone é meu instrumento de trabalho”. Para mim também é…mas mesmo assim há maneiras mais inteligentes e saudáveis de utilizá-lo para este fim também. É tudo uma questão de se colocar um pouco de ordem, rotina e disciplina. Uma outra estratégia que coloquei no passado, e que hoje já se tornou um hábito, foio de não acordar e não dormir com o telefone do lado ou na cama. E sinto que isso melhorou muito a forma de acordar e dormir. No começo foi bem desconfortável, mas hoje é um alívio não me ver presa a esse estímulo nesses dois momentos cruciais do dia (que refletem muito na saúde como um todo).
Encorajo você a tentar…e voltar para trás…e resgatar a nossa forma mais natural de acordar e dormir. Cada vez mais, é tempo de voltar para a nossa natureza (em todos os sentidos), e saber usar com consciência e moderação todos os rescursos maravilhosos da tecnologia, sem nos aprisionarmos a ela.
Abaixo alguma dicas para se “desligar” e trazer mais “vida” para o seu dia:
- Defina limites para o uso de telas, evitando “passar o tempo” nelas (e aí onde mora o perigo).
- Desligue o telefone/tablet pelo menos 1 hora antes de dormir, e só volte a ligá-lo depois de sua rotina de higiene pessoal/matinal (nunca na cama).
- Programe coisas para fazer sem o telefone, como caminhar na natureza, estar com os amigos, se exercitar, praticar um hobby, etc.
- Mantenha o hábito de escrever em papel, através de uma agenda ou um diário.
- Aproveite os momentos das refeições para se conectar com você, com a comida e com o corpo.
Por fim, deixo uma dica de um podcast bem interessante, sob olhos da neurociência, explicando esse tema com mais profundidade. Aproveite aquele dia preso no trânsito ou uma bela caminhada, para escutar e aprender mais um pouco.
Espero que essa leitura tenha sido útil, e que lhe ajude a trilhar cada vez mais o caminho da saúde. Até a próxima 😉.
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